Monday, October 25, 2004

A fabulous formless darkness

Time lost is brain lost - de um anúncio sobre tratamento de derrames.

There are souls more sick of pleasure than you are sick of pain.
There's a game of April's fool that's played behind the door
Where the fool remains forever, and the April comes no more.
-GK Chesterton

Monday, October 18, 2004

Do Onion

um pasquim americano, na página "há não sei quanos anos" do jornal.

"Famed writer William S. Burroughs shoots heroin, wife."

Wouldn't telepathy be nice?

Not the kind where you read other people's thoughts, or the one where you control them, but the literal meaning - letting other people read your thoughts.

Locas forever







23 aninhos

Sunday, October 10, 2004

Annie Proulx

É uma escritora americana, bem longe de Nova IorquebostonchicagoElEi. O documentário sobre a nemtãomoçaassim passou hoje na BBC World. As palavras dela são interessantes, as imagens do documentário idem. Os comentários da moça da BBC, por outro lado...

"Golly! She sends her book to the publsher USING THE MAIL."

Também me fez pensar sobre o quanto tudo que temos que saber sobre algo é interdependente. Isso porque o habitat de Proulx (pru) é muito fora do habitat global, que se conhece através da literatura (no sentido mais amplo) comum. Então a repórter ia tentando situar os que assistiam, explicando sobre o aquífero Oglala e côngeneres - e mesmo eu, que não sou exatamente um expert, pensava que muito mais do que só aquilo que era dito existia, que havia toda uma teia de conotações e histórias para além do que era dito, que vai muito além do que ter lido Steinbeck e meia dúzia de parágrafos de texto "Fantástico" podem servir. Ou será que sou eu que estou pirando na batatinha, e isso tudo é irrelevante, que a mente humana, com seu horror ao vácuo, supre esses vazios como queira, e faz novos significados para as palavras, e isso é que é o legal da escrita? Acho que sou eu o puritano fracassado, aí.

Wednesday, October 06, 2004

Três estórias - 1

Uma Estória Histórica (ou quase)

Felipe II, rei de França, chamado o Augusto, saudações àquele que lê este texto. Fique ele sabendo que, ao voltarmos do pântano de Bouvines, tendo lá travado batalha com as hostes da Europa, e voltado à tenda, descobri estar lá nosso escudeiro, já deitado com a rainha do mais poderoso reino do presente tempo, que cumpria suas funções conjugais como bem raras vezes havia feito conosco. Foi por nós o escudeiro, como manda o costume, rapidamente privado de suas funções reprodutivas e, momentos após, de suas funções vitais. Sem conseguirmos decidir-nos sobre nossas ações, vagueamos pelo acampamento, certos de que a morte do infeliz pagem seria debitada aos soldados de nosso primo d’Alemanha. A noite, ao cair, encoutrou-nos longe do acampamento, e foi considerado por nós imprudente voltar assim, a noite, quando o marechal havia, certamente, dado ordens para que as sentinelas fossem postadas. Procuramos, portanto, um lugar mais seco da floresta onde pudéssemos dormir, e encontrar em nosso julgamento solução para o problema que se nos havia apresentado.
Caso aquele que estiver lendo este não seja um homem de estado, talvez desconheça ele os problemas apresentados pela imposição a nós de um caráter unicórnico pelo criado, que muito além iam da honra, de resto satisfeita com a entrega feita de sua alma a Lúcifer. Para sermos específicos,fazia a ocorrência com que puséssemos em dúvida a paternidade do filho que a rainha carregava em seu ventre, possível futuro Rei de França.
Ao deitarmos na terra húmida, a exaustão causada pela batalha fez-nos, quase que imediatamente, adormecer. No meio da noite, fomos acordados por uma voz árabe. A voz pertencia, como logo verificamos, a um homem franzino, que recitava trechos de um conto a uma criança. O conto, viemos a saber, falava de um Califa dos sarracenos a quem semelhante desgraça havia acontecido. Resignados, pela moral do longo relato, com nossa condição, voltamos ao acampamento, para descobrirmos ter nossa real esposa, com medo de nossa justiça, se enforcado nos lençóis carmesins. Desiludido com a justiça divina, decidi recolher-me a um convento, e um impostor governa agora o reino de França, sendo eu, irmão Capeto, o mais humilde dos calígrafos do mosteiro de São Germano. Glória seja a do Deus cujos desígnios não compreendemos, como dizem os sarracenos.

e disse Alcuíno, como me lembra o Abade.

Tuesday, October 05, 2004

Oh my God it's full of stars

The truth

I know the truth - give up all other truths!
No need for people anywhere on earth to struggle.
Look - it is evening, look, it is nearly night:
what do you speak of, poets, lovers, generals?

The wind is level now, the earth is wet with dew,
the storm of stars in the sky will turn to quiet.
And soon all of us will sleep under the earth, we
who never let each other sleep above it.


- Marina Tsvetayeva

Monday, October 04, 2004

The light of the mind

A luta dentro das cabeças de Céu e Sem Nome, no Hero, me lembrou desse poema :


This is the light of the mind, cold and planetary
The trees of the mind are black. The light is blue.
The grasses unload their griefs on my feet as if I were God
Prickling my ankles and murmuring of their humility
Fumy, spiritous mists inhabit this place.
Separated from my house by a row of headstones.
I simply cannot see where there is to get to.

The moon is no door. It is a face in its own right,
White as a knuckle and terribly upset.
It drags the sea after it like a dark crime; it is quiet
With the O-gape of complete despair. I live here.
Twice on Sunday, the bells startle the sky ----
Eight great tongues affirming the Resurrection
At the end, they soberly bong out their names.

The yew tree points up, it has a Gothic shape.
The eyes lift after it and find the moon.
The moon is my mother. She is not sweet like Mary.
Her blue garments unloose small bats and owls.
How I would like to believe in tenderness ----
The face of the effigy, gentled by candles,
Bending, on me in particular, its mild eyes.

I have fallen a long way. Clouds are flowering
Blue and mystical over the face of the stars
Inside the church, the saints will all be blue,
Floating on their delicate feet over the cold pews,
Their hands and faces stiff with holiness.
The moon sees nothing of this. She is bald and wild.
And the message of the yew tree is blackness -- blackness and silence


- Sylvia Plath, "The Moon and the yew tree."